O “segredo” do sucesso: Residências Geriátricas Casa Maior. A BCoTech desafiou a Dra. Cristiana do Nascimento, directora técnica da Casa Maior do Porto, a partilhar o “segredo” do sucesso da Estrutura Residencial para Pesssoas Idosas (ERPI) pela qual é responsável. O espírito incrível do lema “movidos pela energia dos sorrisos”, contagia quem os acompanha. Com a sua natural e espontânea simpatia, anuiu a responder-nos a algumas questões.
A nossa gratidão à incansável Dra. Cristiana do Nascimento pela partilha e disponibilidade.
- Na sua opinião qual é a importância da escolha da equipa?
Trabalhar na área da 3º idade é por si só desafiante. Ter uma equipa de trabalho motivada, que se reveja na missão da Instituição e que goste efetivamente na área do envelhecimento é fundamental. Trabalhamos muitas horas em conjunto, com pouca rotatividade de residentes (uma vez que permanecem connosco durante muitos anos), com múltiplas patologias, e muitas vezes num ambiente ao qual precisamos de atribuir leveza. Neste sentido, há critérios que têm que ser tidos em conta. Não basta trabalhar exclusivamente pela necessidade do ordenado, há que gostar de pessoas mais velhas, há que ter competências emocionais. Ser paciente, empático, agradável, disponível para ouvir, para estar e até para “brincar ao faz de conta.”
- O “segredo” para manter a equipa tão motivada?
Envolver a equipa na dinâmica da Instituição, ouvir o que a equipa tem para dizer, mostrar-lhes o quão importantes são no sucesso da nossa missão. Caso não exista este envolvimento, este espírito de pertença, nenhuma equipa terá sucesso. Muitas vezes, pese embora o reconhecimento monetário também seja importante, o reconhecimento do trabalho, o elogio, da importância que cada profissional tem no sucesso da Instituição é fundamental.
Ter na Instituição um estilo de liderança horizontal, em que é demonstrado que trabalhamos todos para o mesmo propósito, que embora tenhamos categorias profissionais diferentes, todos nós somos igualmente importantes, contribui para a motivação de qualquer equipa de trabalho.
- Como conseguem que os utentes participem nas V/ iniciativas com tanto entusiasmo?
Todas as atividades desenvolvidas têm em conta vivências de residentes, gostos, preferências, vontades e histórias de vida. E sempre que desenvolvemos alguma atividade que possa não ser tão impactante para os residentes, ou à qual não aderiam conforme expectável, está tudo bem….foi um caminho de aprendizagem que nos permitiu compreender o que faz ou não sentido para os residentes.
- O desafio de tornar a ERPI num verdadeiro “lar” para os utentes, onde se sentem em casa?
Quando os residentes são admitidos em ERPI existem mudanças inegáveis. Existe uma história de vida, várias vivências e experiências que têm que ser tidas em conta. O projeto de vida dos residentes tem que ter continuidade, embora por vezes com algumas adaptações dadas possíveis limitações que possam ter nesta fase. O importante é tentar que o conceito de casa continue sempre presente. Dar a possibilidade de personalizarem os seus quartos, trazerem alguns dos seus bens mais significativos, tornar o seu quarto aconchegante e com elementos que os remetam para quilo que era a sua casa. Importante também é manter rotinas que tiveram ao longo de vida. Se o residente tinha o hábito de se levantar cedo ou tarde, porque não manter?! Em todas as ERPI’s há residentes com gostos diferentes, com hábitos diferentes, muitas vezes é apenas uma questão de organizar o serviço tendo em conta os gostos e necessidades de cada um. Não menos importante, é o carinho, o trato, a forma de falar, sem infantilizar, mantendo a forma de tratamento à qual se habituaram ao longo da vida. Se foram sempre tratados por “Senhor”, “Senhora”, “Dona” ou um título académico, é assim que devem ser tratados. Evitando diminutivos, tratamentos “por tu”. Estas pessoas têm na sua bagagem a sua história. São SERES únicos, individuais e irrepetíveis. É assim que devem continuar a ser tratados.
- Em que sentido a tecnologia ajuda nas V/ tarefas diárias junto dos utentes?
Cada vez mais as tecnologias são importantes nas nossas vidas, quer em termos de hobbies, quer em termos profissionais. Ter a possibilidade de ter um sistema de chamada/ajuda que seja imediato e permita um socorro mais eficiente; quer em termos de registos realizados em tempo útil que permitem que toda a gente tenha acesso à informação em tempo útil, evitando desperdícios de tempo, respeito pelo ambiente e evitando perdas de informação.
Atender às necessidades dos residentes de forma célere e ajustada terá um enorme impacto na sua qualidade de vida e naquilo que é o seu sentimento de segurança.
- Sendo psicóloga, o que a fascinou na área da gerontologia?
Terminei a minha licenciatura em Psicologia em 2005. Tive o privilégio de começar a trabalhar com pessoas maiores. Após 6 meses tinha a certeza que este era o público-alvo com quem queria trabalhar para o resto da vida. Era nesta área que eu tinha a certeza que faria a diferença, era nesta área que eu poderia trabalhar, mas simultaneamente aprender diariamente. Em 2006 iniciei uma nova licenciatura em Gerontologia para adquirir mais competências sobre o processo de envelhecimento. Posteriormente, especializei-me em Psicologia do Envelhecimento e em Cuidados Paliativos. Atualmente encontro-me a realizar Doutoramento em Gerontologia e Geriatria, para tentar diariamente estar à altura do desafio de trabalhar com PESSOAS MAIORES, na certeza de que tudo farei para dar o meu melhor! Trabalhar com PESSOAS MAIORES, é ter a certeza que diariamente tenho o privilégio de estar numa biblioteca viva.
O “segredo” do sucesso: Residências Geriátricas Casa Maior são as pessoas que fazem parte dela. Ter a Casa Maior como Parceira é um privilégio.
A BCoTech ao lado dos seus Parceiros no presente e no futuro. Crescemos juntos.
Add a Comment